Ainda assim consome grande parte do meu tempo, ainda assim me ocupa de tal forma que nenhuma outra conseguirá ter qualquer coisa de mim.
Não sinto mais saudade, um pouco porque sua falta é tão grande que a ausência de qualquer outro é incapaz de ser perceptível. Depois porque aprendi a esperar.
Não sinto mais tanto amor, aquele desejo e a entrega, primeiro pelo fato de todo meu afeto ainda ser seu, todos meus sentimentos embalados em celofane, e quiçá pela descrença.
Não espero nada. Não quero nada. Está tudo assim.
É um vazio, como aqueles silêncios que a Terra faz antes da grande tempestade, antes da água fazer seu reencontro com a terra.
Então te espero, árida.
Tão árida; ansiosa pela grande tempestade.